Quem sou eu

Somos a Banda Furiosa, de Cunha-SP, e promovemos, desde 2005, em nossa cidade, matinês ao estilo antigo, com marchinhas e sambas que fizeram a história do carnaval brasileiro. Nosso objetivo é resgatar a inocência das brincadeiras carnavalescas e principalmente educar as nossas crianças e jovens, para que aprendam a se divertir sem os excessos promovidos pelo desequilíbrio de que muitos foliões são tomados nos dias de folia. Salve o carnaval!!! Salve a tradição!!!

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Programação da Banda Furiosa no carnaval 2014.


Momentos do carnaval 2013.



Carnaval 2013 em Cunha - SP: mais que especial!

Às vésperas do carnaval 2014, como nada postei sobre o carnaval do ano passado (de tanta empolgação com os acontecimentos, até me esqueci de alimentar o nosso blog), registro aqui dois momentos mais que especiais do carnaval 2013:
- o lançamento do livro A História do Carnaval de Cunha, resultado de uma pesquisa de mais de 2 anos, lançado na praça da matriz de Cunha, no domingo de carnaval, no meio das brincadeiras;
- a presença do querido tio Léo no palco, com a Banda Furiosa.
Tio Léo é único integrante vivo da primeira formação do Bloco do Zé Padeiro, o primeiro formado em Cunha ainda no início dos anos 1940.
Haja coração para tantos momentos emocionantes! Isso sem contar com o mar de familiares, de amigos, de conhecidos e de visitantes que estiveram nas quatro matinês curtindo a Furiosa.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Banda Furiosa no carnaval 2012

É carnaval, e a Furiosa vai passando.
A alegria quer você aqui, mas já.

A folia carnavalesca está se aproximando, e a Banda Furiosa vem, com a tradição dos carnavais antigos, trazer novamente essa alegria contagiante à nossa querida Cunha. Do sábado à terça de carnaval, a Furiosa estará todas as tardes animando a Praça Cônego Siqueira com as marchinhas e sambas mais tradicionais do Brasil, e também com as músicas da própria Banda Furiosa. Um abraço a todos. E vamos nos preparando para nos divertir com as brincadeiras de carnaval das tardes cunhenses. Até lá.

Victor Amato dos Santos

domingo, 29 de maio de 2011

Não é preciso apelar

Não sabemos quem é o responsável, mas precisamos alertar nossos amigos e admiradores para uma informação incorreta a respeito da Banda Furiosa no carnaval de 2011. Ela correu mundo, principamente pela internet. Dizia que a Banda Furiosa tem mais de 100 anos de história, o que não é verdade, uma vez que começamos a atuar com esta formação e usando este nome a partir de 2005. A tradição de bandas de música em Cunha é que tem aproximadamente 170 anos. E para quem quiser saber mais a respeito desta tradição, teremos o maior prazer em detalhá-la, com respaldo de informações colhidas pelo historiador de Cunha, professor João Velloso, nosso amigo.
Não é preciso inventar coisas que não existem para chamar a atenção das pessoas. Isso é mais sensacionalismo, sujeira mesmo. Não precisamos disso. Cunha precisa é de informações coerentes e verdadeiras para chamar a atenção de pessoas que se interessem pelo desenvolvimento social, educacional, cultural e econômico de nossa Estância Climática. O perigo maior de se inventar algo que não existe para chamar a atenção de pessoas que não nos conhecem não é apenas o caso de se processar judicialmente o responsável pela propaganda falsa; mas é essas mesmas pessoas não encontrarem o que a publicidade afirma que o local tem, e, por causa da propaganda enganosa, não voltarem mais e espalharem informações negativas sobre o lugar visitado .
Desenvolvimento acompanhado de verdade e moralidade: é disso que nós, cunhenses, precisamos. Sem apelações, por favor.
                                                                                                         Victor Amato dos Santos.

sábado, 2 de abril de 2011

Carnaval 2011

     O carnaval 2011, para nós da Banda Furiosa, foi mais que uma oportunidade de apresentar o que de melhor sabemos fazer: conseguimos trazer a alegria dos antigos carnavais de Cunha, concretizada especialmente nos bonecos que saíram conosco, parte das tradições que não podem se apagar porque são a nossa maneira de ser, sem fingimentos, sem sofisticações, sem mesmo grandes pretensões. Nosso único objetivo foi mostrar para a juventude e para os visitantes elementos praticamente extintos da nossa cultura e que não podem mais ficar de fora na festa carnavalesca.
     Se as crianças se esbaldaram na folia presente em todas as tardes de carnaval na praça Cônego Siqueira (praça da matriz), esse banho de alegria, em grande parte, foi proporcionado pelas lágrimas dos mais velhos, principalmente dos inúmeros avós e muitos bisavós que as acompanharam e tiveram, assim, a oportunidade de relembrar a própria infância e juventude. Deu tudo certo, porque esses olhos lacrimejantes também lavaram as impurezas que costumam ser associadas ao carnaval, e a festa acabou se transformando num grande encontro da família CUNHA.
     Nem os bonecos assustaram as crianças, como costumava acontecer antigamente. Ao contrário, viraram amigos delas e, a partir de agora, fazem parte das boas lembranças de suas vidas.
     Agradecemos a todos os que brindaram as matinês deste carnaval com a presença festiva, e é só aguardar a BANDA FURIOSA no ano que vem, para uma novo carnaval, ainda mais divertido do que este.
                                                     Victor Amato dos Santos e membros da BANDA FURIOSA.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Tio Léo

Tio Léo

Quem de Cunha não conhece o tio Léo (Leopoldino Fernandes de Toledo)? Oitenta e oito anos de pura alegria e jovialidade. É dessas pessoas que fazem a gente sentir prazer de viver, só de estar com elas. Todo dia, cedinho, fôrma de salgadinhos às costas – deliciosos, por sinal, que ele e a Inês, sua segunda esposa, fazem com o maior capricho – , sai ele para abastecer as estufas de alguns dos supermercados e padarias de nossa cidade.
Sinto-me muito feliz sempre que me lembro de que tenho um tio Léo como parente.
Tio Léo é o irmão mais velho de minha avó materna e o único ex-integrante vivo do antigo Bloco do Zé Padeiro (José Antonio Moreira, com quem ele diz que aprendeu a trabalhar com o trigo).
Atualmente, não conheço por aqui maior e melhor contador de causos. Que memória! Assunto é o que não falta para ele. E para improvisar versos então? Logicamente que sobre temas engraçados.
Como andou sumido por esses dias, em primeiro de fevereiro último passei em sua casa para saber o que estava acontecendo. Achei-o sentado com a esposa, na garagem da casa simples, mas confortável, onde moram com o filho Leozinho, único do segundo casamento, rapaz de vinte e poucos anos (tio Léo tem outras três filhas e um filho do primeiro matrimônio).
Cabeça baixa, respiração ofegante acompanhada de um assobio, triste (opa!!!!), falando de ir embora pro outro lado. A Inês me disse que ele andava ultimamente com a pressão alta, e que dias antes havia sentido tonturas na rua, precisando deixar a fôrma de salgados sobre a calçada por onde ele ia e, de joelhos, apoiar-se sobre as mãos, até que alguém caridoso o ajudou a levantar-se e a voltar para casa. E desde então o tio não estava mais saindo sozinho.
̶ Ninguém liga pra mim, meu fio! ̶ reclamou o tio, carente de uma boa prosa.
Conversa vai, conversa vem, das doenças e tristezas o tio Léo passou a relembrar, sem que nem eu nem a Inês sugeríssemos isso, os tempos de carnaval dos anos de sua juventude, no final da década de 1930 e início da década de 1940, quando ele, o tio Dorinho, o tio Zé Veloso, João Bentinho (carregador oficial do boi), Zazá, Zé Capítulo, Antonio Alves, dentre outros, saíam às ruas de terra de Cunha, constituindo a formação do Bloco do tio Zé Padeiro, marido da tia Leontina Teófilo (esta irmã do meu bisavô Vardo Teófilo, pai do tio Léo).
E uma luz foi-se acendendo em seu rosto, pouco a pouco, à medida que ele ia contando o que lembrava.
Já sentados, nós três, na cozinha de sua casa, a Inês preparando um delicioso cafezinho que fomos saboreando depois na sequência da conversa, o tio Léo cantou marchinhas de carnaval como Chica, Chica Boa!, Jardineira, Upa, Upa! (A canção do trolinho), Alah-la-ô...; e foi ficando cada vez mais animado, cantando com voz cada vez mais forte, batendo a mão direita sobre a mesa como quem marcava batidas num surdo de bloco carnavalesco. Cantava e ria (Graças a Deus!!!), aquele sorriso largo e gostoso que só ele sabe dar.
Perguntei-lhe sobre os ensaios do antigo bloco, o local de realizá-los, os bonecos, enfim. Eu não podia perder a oportunidade de informar-me sobre os mínimos detalhes do saudoso tio Zé Padeiro, que proporcionou ao povo de Cunha tanta alegria e diversão nos idos carnavais de mais ou menos setenta anos atrás.
O tio Léo contou, com a maior riqueza de detalhes possível, sobre o Boi Maiado (Malhado) e a Miota (que, às vezes, ele chamava de Maria Angu). Parecia que eu estava assistindo a um documentário numa TV.
E como notei que ele estava cada vez mais bem disposto, depois de uma hora e meia mais ou menos de conversa nossa (na verdade, quem falava era ele, pois quem quer aprender tem que fechar a boca e abrir os ouvidos), perguntei-lhe se ele podia ir comigo à minha casa, que eu queria lhe mostrar uma coisa, mas não ia dizer o que era. Só ele indo mesmo pra saber do que se tratava. Na hora ele se levantou da cadeira, foi no quarto trocar as havaianas por um par de sapatos, acertou a camisa, penteou-se e fomos.
...
Chegamos. Abri o portão da frente de casa e estacionei o carro diante da porta de folha da minha garagem. Descemos.
Quando abri a referida porta e ele enxergou o boi Amoroso e a boneca Dengosa lá no canto, foi a cena de maior alegria que eu já tive a oportunidade de ver na minha vida: o tio Léo entrou na garagem aos pulos, eufórico: Ói lá, o “Maiado” co'a Miota!!!!!! Mais meu Deus do céu!!!!!! Meu fio, ocê ficô no lugá do Zé Padero!!!!!! Qui beleza, meu fio!!!!!!! Era desse jeitinho memo, num tem o qui tirá nem pôr!!!!!!! E se pôs entre os bonecos, chorando de contentamento: Dá até vontade de já saí dançano!!!!!! E começou a cantar e a dançar no meio deles. Foi a prova mais clara que já tive de que, nesta vida, a única coisa no ser humano que envelhece mesmo é o corpo. Diante dos meus olhos estava uma verdadeira criança num corpo de 88 anos, no auge da felicidade por haver reencontrado o brinquedo perdido. Engasguei e meus olhos se embaçaram de lágrimas, que fiz força de não deixar que escorressem pelo meu rosto para ele não se aborrecer.
Em seguida, subi até em casa, dizendo que ia chamar minha esposa. Mas minha intenção mesmo era pegar a câmera digital para registrar aquele momento único. Não perdi tempo. Desci novamente na garagem e lhe pedi: Eu posso tirar um retrato do senhor, tio, junto com os bonecos? Mais que depressa, ele respondeu: É já, meu fio! Que jeito que ocê qué que o tio fica? E lhe pedi que ficasse entre os bonecos mesmo. O difícil foi a alegria deixá-lo ficar parado. Fiz algumas fotos, que ficaram muito boas. E não perdi a oportunidade também de gravá-lo contando mais detalhes sobre sua vida e sobre os antigos carnavais de Cunha.
De volta à sua casa, ele não se cansava de me dizer, já por dentro do portão: Quero tá lá veno ocêis, meu fio! Num vô perdê de vê ocêis saino desse jeito no carnaval!
...
̶ Bença, tio Léo!

Victor Amato dos Santos – 07.02.2011

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Marchinha da Banda Furiosa

Marchinha da Banda Furiosa
(Victor Amato dos Santos – 26.01.2010)



Corra pra rua, pra calçada,
abra a janela!
Venha com a gente
do jeito que você !                                    BIS
É carnaval,
e a Furiosa vai passando.
A alegria quer você aqui, mas já!


Pegue o confete e a serpentina.
A fantasia pode ser só um lençol.               BIS
Com a Furiosa todo mundo brinca
até a terça-feira, na hora do pôr-do-sol.


Ô sol, veja se demora,
na terça-feira, para ir embora!                     BIS